Numa sociedade aparentemente estruturada temos a impressão de que a realidade demonstra a População Economicamente Ativa representada pela classe média e inferior. Uma classe privilegiada detém a condição favorável de manter-se acima das crises e complicações econômicas, indiferente aos acontecimentos em torno dos poderes do capital. Quem tem acumuladamente bens procura administrá-los de modo a enfrentar as dificuldades. No entanto, ao caminharmos pelas vias e rodovias, nos deparamos com uma paisagem um tanto quanto duvidosa sobre as vantagens que a macroeconomia gerou nos últimos, digamos, dez anos. Os conceitos de crescimento e desenvolvimento parecem sofrer constantes transformações, contrapondo-se aos interesses do progredir.
A grande tônica da luta de classes está revelada na sobrevivência, quando uma camada da população situada entre duas expressivas camadas, jovens e idosos, sente-se esmagada pelo peso da responsabilidade de continuar ativamente mantendo toda a sociedade viva numa estrutura de altos e baixos: caminhar dois passos a frente e recuar três... A classe média recebe uma carga de encargos que acaba redundando na transferência de compromissos sociais do poder público para ela, afogada em impostos e convocada para suprir as perdas da classe chamada inferior. Esta que, também, trabalha com características de subsistência.
O fisco e o confisco tem sido maior em relação a classe média, impedida de manter-se perante o congelamento de seu padrão de vida, enquanto a classe privilegiada não sente sequer um frio na espinha capaz de assustá-la. A esperança anunciada encheu de expectativas aqueles que outrora pertenceram a chamada classe inferior, ascendendo a classe média e posteriormente emergindo pretenciosamente para a dos privilegiados. Diante da conjuntura econômica aparente, emergir significa correr o risco de submergir bruscamente.
A luta de classes persiste na tentativa da manutenção do que foi conquistado, visto que a camada populacional desfavorecida prossegue dependendo da atividade economicamente sustentada pela classe média, que perde para doar aos menos favorecidos carregando nas costas os mais privilegiados, sempre voraz em suas colheitas. Daí, a paisagem deslumbrante das estradas refletirem um festival de placas de VENDE-SE por todos os lados. Será puro prazer de desfazer-se do que foi conquistado ? Por herança, talvez, ou pela necessidade de despir um santo para vestir outro, como no ditado popula ?
Não podemos esquecer que, numa democracia capitalizada, quem nasce pobre também pode ficar rico, e vice-versa. Afinal de contas, pra existem jogos de azar ? Basta ter um pouquinho de sorte... A classe média que continue apostando... na sorte.
Não podemos esquecer que, numa democracia capitalizada, quem nasce pobre também pode ficar rico, e vice-versa. Afinal de contas, pra existem jogos de azar ? Basta ter um pouquinho de sorte... A classe média que continue apostando... na sorte.