O cenário da representatividade na atualidade nos coloca em confronto com a indignação, fruto dos valores políticos quebrados na vida do cidadão comum. Ser um civilizado está cada vez mais complexo quando se busca o real significado de uma civilização.
O civilizado moderno precisa provar a sociedade a que pertence sua integralidade, partindo do princípio da propriedade, pois quem quiser sobreviver necessita desfrutar do conforto que o mundo tecnológico oferece. E para usufruir desses novos valores que fazem parte de nosso dia-a-dia tem que dispor de possibilidades. Ser, sem ter, nada representa.
Imbuídos desse espírito encontramo-nos envolvidos pelas nossas representações. No plano ideal, não se representa mais nada, tendo em vista que os interesses entram em choque frequentemente. Torna-se evidente então a presença do representante Marajá.
Conta a lenda que os marajás são monarcas aposentados na Índia, mantendo toda a situação econômica e social da ativa, não importando que representem uma casta especial em um pais de população miseravelmente composta pela segunda maior do planeta. Como o marajaismo expressa o bem estar e conforto tão somente para poucos, concentrando todos os privilégios em mãos grupais, o resto que se dane. E, também, trata-se de uma estratificação social muito característica de paises subdesenvolvidos onde a riqueza jamais é distribuída adequadamente.. Por isso, parece fácil copiar para a manutenção da miserabilidade do resto da população. Como falar em desenvolvimento em meio a tanta falta de consciência de representatividade ? O marajaismo já foi tema de campanha de um candidato à Presidência da nossa República, que teve os dias contados por tentar acabar com privilégios oligárquicos.
Deixando os reis de lado e direcionando para a República, tanto velha quanto nova, a confusão que nos causa é se estamos diante de uma situação atual de marajaismo ou de casuismo. Representar uma população parece que tornou-se mais difícil porque são muitos os interesses. Como por exemplo trabalhar em prol da melhor distribuição de renda, racionalmente entendida como uma forma como uma forma mais coerente de fazer o sócioeconômico andar em linha reta progressiva, beneficiando a maioria. Infelizmente, a maior parcela da população continua elegendo e delegando poderes a quem defende interesses próprios, redundando num verdadeiro casuismo, tal como legislar em causa própria, fortalecendo ainda mais a situação de Marajá.
Torna-se mais complicado ainda identificar a presença do senso comum, quando a bem da verdade o marajaismo e o casuismo acabam por confundir-se com o Egoismo reinante na mente dos que se aventuram na política, pretendendo viver a representação Política.
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