domingo, 20 de setembro de 2020

TAMBORES E SURDOS

Lá na floresta longínqua do Congo e, em toda região africana, onde as civilizações são diferentes da nossa por serem primitivas, o meio de comunicação é destinado aqueles de bons ouvidos. Os tambores soam com suas mensagens para aproximar as tribos, nas quais a inteligência apresenta peculiaridades aliadas a natureza que permite o entendimento e a decifração da mensagem. Indiretamente, por meio de códigos, o receptor decifra a mensagem, após ouvi-la e interpretá-la nos padrões e convenções da primitividade. Os tambores não são para surdos. A civilização que vivemos nos apresenta outro grau de comunicação. Grau elevado, que ramifica-se em vários setores condutores das mensagens. Temos os tambores mais sofisticados para se comunicarem com os mais variados ouvidos. No entanto, apesar da técnica apurada em nossa comunicação, nossos tambores não são capazes de transmitir as mensagens mais comuns.Isto porque, com toda inteligência da nossa civilização, a surdez impede que a mensagem seja receptada. Nossos tambores, representados pelos jornais, revistas, rádio, televisão e a internet, por mais que ecoam suas mensagens, não conseguem vencer a barreira da surdez. As notícias que se repetem ao longo de anos e décadas, tais como "o índice de desemprego aumentou", "salário é motivo de greve", "miséria aumenta na população brasileira", entre tantas, continuam sendo transmitidas pelos tambores da civilização tão distante dos primitivos, ultramoderna. Porém, na primitividade, os tambores comunicam mas, na modernidade, a racionalidade, peculiaridade do não primitivo, intecepta a mensagem com ouvido de mercador... Temos então modernissimos meios de comunicação. Todavia, os tambores não são para surdos.

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