quinta-feira, 24 de novembro de 2016

TAMBORES E SURDOS

                Lá na floresta longínqua da África onde as civilizações são diferentes , por serem primitivas, o meio de comunicação é destinado àqueles providos de ouvidos saudáveis. Os tambores soam com suas mensagens para aproximar as tribos, cujas inteligências apresentam peculiaridades aliadas à natureza que permite o entendimento e a decifração. Indiretamente, por meio de códigos, o receptor  decifra a mensagem, após ouvi-la e interpretá-la nos padrões e convenções dos costumes inerentes à primitividade. 
                         Os tambores não são para surdos.
                      A civilização que vivemos nos apresenta outro grau de comunicação. Grau elevado, que se ramifica em vários meios condutores das mensagens. Temos tambores mais sofisticados para comunicar com os mais variados ouvidos. No entanto, apesar da técnica avançada, nossos tambores não são capazes de transmitir as mensagens comuns. Isto porque, a surdez impede que a mensagem seja receptada. 
                       Nossos tambores representados pelos jornais, revistas, rádios e televisões, por mais que ecoam suas mensagens, não conseguem romper a barreira da surdez. 
                      As notícias que se repetem ao longo dos anos, são transmitidas pelos tambores da civilização muito distante dos primitivos. Porém, na primitividade, os tambores comunicam mas na modernidade a peculiaridade do não primitivo intercepta a mensagem e ouve com ouvido de mercador. 
                        Dispomos de avançados meios de comunicação. Todavia, tambores não são para surdos.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

TRÊS PODERES

             No mês de aniversário da implantação do regime republicano no Brasil, que nos concedeu um feriado, é inevitável não citar a figura do ilustríssimo Rui Barbosa,  coautor da República. O primeiro Ministro da Fazenda a encarar as questões econômicas de um Pais com poucos anos de vida independente, nos derradeiros anos de 1880. 
             Com o fim da monarquia, o poder distribuído em três, teoricamente confirmava a necessidade de melhor governar esse imenso Pais. A expectativa de um governo na República está na harmonia entre os poderes, que resultará na satisfação de sua nação. Como na prática a teoria é outra, o que se vê não corresponde a lógica de um poder republicano que racionalmente defenda os interesses da coisa pública. Lamentavelmente, cada Poder puxa a brasa para sua sardinha, em nome da Egocracia, deixando o público alvo de toda governabilidade queimando na fogueira.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

OS URUBUS TEM FOME

                Inacreditável ! Em um momento que o Pais é convocado a sacrificar sua população com necessárias medidas de controle econômico, como consequência de sucessivos assaltos aos cofres públicos, assaltantes esses caracterizados como abutres brasileiros, novo golpe contra o cidadão carioca é revelado. Aproveitando o feriado de finados, urubus representantes do "povo" na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro decidem aprovar aposentadoria de 15 mil reais, enquanto os servidores  sofrem com a falta de perspectiva de receberem seus salários e aposentadorias, conquistados pelo empenho e dedicação profissional. Muitos, inclusive, tiveram redução de salários. Medida esta que não afetou aos dignos representantes.
               Ao que parece, a fome dos urubus é insaciável, mesmo representando os cidadãos que agonizam com a falta total de todos os serviços públicos essenciais.
               A verdadeira transparência aos olhos da população é a do memorável Chico Anísio em Justo Veríssimo: "o povo que se exploda..."