quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

ERICK, UM ÁRBITRO GONÇALENSE

              Um menino que nasceu com a paixão pelo futebol, que aos 8 anos iniciou nas escolinhas a busca da realização do sonho da  maioria dos garotos, ser um grande jogador profissional. Na barriga da mãe, ensaiava o pontapé inicial. Sua trajetória era impressionante pela dedicação que se empenhava em  não perder uma aula. Para os pais era mais trabalhoso exigir sua presença nas salas dos colégios do que nos campos onde objetivava brilhar como um atleta. 
                Começou numa escolinha de futebol do América do Rio de Janeiro, em Neves, em seguida frequentou a do Vasco da Gama, do então Técnico do Junior vascaíno Luizinho Rangel, com quem teve a oportunidade de treinar em São Januário aos 13 anos. Antes porém passou ainda pelas escolas do Botafogo e do Clube do coração, Flamengo, no Clube Mauá em São Gonçalo. 
                 Algum detalhe impossibilitou sua carreira como jogador mas não o seu amor pelo esporte favorito. Seus pais então o incentivaram a formar-se em Educação Física. Foi o que fez, especializando-se obviamente na modalidade Futebol, indo mais longe, optando em se tornar um Árbitro da Federação do Estado do Rio de Janeiro. A formatura foi algo de se assemelhar á festa dos melhores do ano, pela grandiosidade e exuberância, em um clube na Barra da Tijuca. Vejam só... Na Barra !!! 
                  Impressionante foi a imagem que a solenidade causou ao público presente, criando uma expectativa aos jovens formandos de que a Instituição Federação de Arbitragem era um grande investimento profissional, o que infelizmente não é. Anualmente, a instituição coloca no mercado inúmeros formandos que posteriormente são politicamente prejudicados quando levam a sério o trabalho de arbitragem. Os cursos são bem pagos, porém, vergonhosamente o que um árbitro recebe por partida trabalhada não passa de esmolas.  
                 Uma Instituição como a Federação de Árbitros poderia ser mais preocupada com aqueles que mantém o seu nome no cenário do esporte nos diferentes campeonatos estaduais. Assim como seus colegas, Erick Guimarães percorreu várias cidades do Estado, arbitrando os principais jogos desde Infantis a Juniores. Quem teve a felicidade de vê-lo apitando um jogo, como por exemplo a partida entre Olaria e Vasco, na rua Bariri, pode constatar sua competência e seriedade de um profissional, tamanha era sua dedicação. No entanto, os testes anuais para que o árbitro entre na escala do calendário do ano seguinte, certamente revela o desempenho que, por sua vez, pode detectar doenças. Um médico chamou  atenção para isso. 
                    Palavras do médico: - É de admirar que a Federação  não tenha pelo menos solicitado exames completos de um árbitro "seu", percebendo que o desempenho dele estava reduzindo, inclusive passando mal durante a arbitragem.  
                Como diria minha avó, analfabeta, que morreu aos 100 anos de idade, de velhice,  perguntar não ofende. 
                      E eu pergunto, porque estudei pra burro. 
                 A Federação de Arbitragem do Estado do Rio de Janeiro existe apenas para promover cursos (bem cobrados), festas de formaturas glamourosas, alimentando sonhos e, em troca, pagar ninharias ao corpo de árbitros sem qualquer manifestação de interesse pela saúde deles ?
                Eu mesmo respondo pelos senhores (i) responsáveis, e digo que a vida não vale nada quando o interesse é pecuniar. E mais ainda, que no Pais do Futebol, onde não apenas os meninos mas também as meninas nascem sonhando com um tapete verde, as Instituições do ramo precisam olhar por todos os participantes do sistema esportivo, distribuindo melhor essa arrecadação concentrada em poucas mãos famintas. 
                  Que o Árbitro Erick Guimarães deixe de ser apenas um Juiz de Futebol que adoeceu diante dos olhares dos observadores da Federação, ocupados apenas em substituí-lo. 
                      Como vivenciamos o falecimento das Instituições, o que esperar desse estado de coisas?
                       
             

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

A ESCOLA SEM PRESSA

            A escola precisa voltar a ser a extensão do lar do cidadão como formadora e grande responsável pela estrutura da Sociedade a que está inserida. Para formar, e não simplesmente informar, a escola será útil quando devolver ao convívio social seus ex-alunos caracterizados de cidadãos integrados a uma vida coletiva, plena de moral e civismo. 
                    Para quem confunde o que é Moral e Civismo, não custa nada (pois não recebo nenhum centavo para escrever) usar conhecimentos adquiridos nos bancos de "Escolas Sem Pressa", quando estudar representava horas de atividades e aulas, palestras e prioridade do ensino voltado para a cidadania, e dizer que temos muito moralismo distorcido tornando a Sociedade cada vez mais fracionada, subdividida. 
                   A verdadeira Moral está nos bons costumes, derivados de hábitos saudáveis que são o elo de uma relação de ética e respeito entre os cidadãos. Essa Moral, que não se confunde com a mediocridade sexológica, está ausente por um longo período na preparação escolar para a vida. Se a escola é cantada em versos e prosas como aquela que "prepara para a vida", que vida é essa, cujo ser humano não consegue enxergar-se como tal ? 
                  A bem da verdade, abandonaram a Escola que acabou por ficar ela mesma despreparada para a vida. A formação tecnológica, como prioridade e exclusividade do ensino, deixa a desejar quando o técnico é deformado em relações de respeito humano. 
                   Obviamente, a pressa em atender aos anseios estatísticos conduz a escola ultramoderna a despejar no mercado uma quantidade de profissionais cujos valores éticos são irrelevantes. Por isso, nos deparamos com maus serviços de assistência técnica, generalizadamente mesmo, e descasos abusivos, sem lavarmos para o lado da medicina, onde o ser humano não passa de uma peça danificada, ou passível de extinção.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

ATENDIMENTO AO PÚBLICO

          Continua sendo lastimável, não sabemos até quando, os cidadãos brasileiros terão de conviver com a precariedade no atendimento ao público nos diversos órgãos. Todavia, podemos exemplificar diretamente a Caixa Econômica que trata-se de uma instituição financeira centralizadora dos principais serviços de interesse da população, como a aquisição da casa própria. Pela quantidade da demanda, as infindáveis filas e a morosidade na prestação de serviço, numa época em que as cabeças não conseguem acompanhar o ritmo do computador, caracterizam ainda uma burocracia que exige paciência  de monge. 
            Isso nos leva à relação dos Direitos e Deveres. Se o cidadão deve, tem que pagar, cumprindo com seu Dever. No entanto, se o cidadão tem um Direito junto a instituição, ela esgota toda a paciência que lhe é peculiar desrespeitando qualquer prazo para retornar informações sobre um determinado Protocolo. 
            Voltando ao exemplo da casa própria, cada Governante estabelece legislações sobre a modalidade dos contratos e, certamente, sempre acaba lesando o cliente com mudanças que, se a lei dos contratos fosse respeitada, a justiça seria feita a favor do cidadão(ã). Surge, entretanto, certos mecanismos para faturar mais além do prazo definido nas cláusulas contratuais. 
              Infelizmente, a imagem da CEF como órgão oficial não é de prestadora de bons serviços aos cidadãos, mas sim de exploradora de uma cidadania enfraquecida pelo empobrecimento da população. Parece que quanto mais dificultar a ascensão social dos cidadãos, melhor...