Um menino que nasceu com a paixão pelo futebol, que aos 8 anos iniciou nas escolinhas a busca da realização do sonho da maioria dos garotos, ser um grande jogador profissional. Na barriga da mãe, ensaiava o pontapé inicial. Sua trajetória era impressionante pela dedicação que se empenhava em não perder uma aula. Para os pais era mais trabalhoso exigir sua presença nas salas dos colégios do que nos campos onde objetivava brilhar como um atleta.
Começou numa escolinha de futebol do América do Rio de Janeiro, em Neves, em seguida frequentou a do Vasco da Gama, do então Técnico do Junior vascaíno Luizinho Rangel, com quem teve a oportunidade de treinar em São Januário aos 13 anos. Antes porém passou ainda pelas escolas do Botafogo e do Clube do coração, Flamengo, no Clube Mauá em São Gonçalo.
Algum detalhe impossibilitou sua carreira como jogador mas não o seu amor pelo esporte favorito. Seus pais então o incentivaram a formar-se em Educação Física. Foi o que fez, especializando-se obviamente na modalidade Futebol, indo mais longe, optando em se tornar um Árbitro da Federação do Estado do Rio de Janeiro. A formatura foi algo de se assemelhar á festa dos melhores do ano, pela grandiosidade e exuberância, em um clube na Barra da Tijuca. Vejam só... Na Barra !!!
Impressionante foi a imagem que a solenidade causou ao público presente, criando uma expectativa aos jovens formandos de que a Instituição Federação de Arbitragem era um grande investimento profissional, o que infelizmente não é. Anualmente, a instituição coloca no mercado inúmeros formandos que posteriormente são politicamente prejudicados quando levam a sério o trabalho de arbitragem. Os cursos são bem pagos, porém, vergonhosamente o que um árbitro recebe por partida trabalhada não passa de esmolas.
Uma Instituição como a Federação de Árbitros poderia ser mais preocupada com aqueles que mantém o seu nome no cenário do esporte nos diferentes campeonatos estaduais. Assim como seus colegas, Erick Guimarães percorreu várias cidades do Estado, arbitrando os principais jogos desde Infantis a Juniores. Quem teve a felicidade de vê-lo apitando um jogo, como por exemplo a partida entre Olaria e Vasco, na rua Bariri, pode constatar sua competência e seriedade de um profissional, tamanha era sua dedicação. No entanto, os testes anuais para que o árbitro entre na escala do calendário do ano seguinte, certamente revela o desempenho que, por sua vez, pode detectar doenças. Um médico chamou atenção para isso.
Palavras do médico: - É de admirar que a Federação não tenha pelo menos solicitado exames completos de um árbitro "seu", percebendo que o desempenho dele estava reduzindo, inclusive passando mal durante a arbitragem.
Como diria minha avó, analfabeta, que morreu aos 100 anos de idade, de velhice, perguntar não ofende.
E eu pergunto, porque estudei pra burro.
A Federação de Arbitragem do Estado do Rio de Janeiro existe apenas para promover cursos (bem cobrados), festas de formaturas glamourosas, alimentando sonhos e, em troca, pagar ninharias ao corpo de árbitros sem qualquer manifestação de interesse pela saúde deles ?
Eu mesmo respondo pelos senhores (i) responsáveis, e digo que a vida não vale nada quando o interesse é pecuniar. E mais ainda, que no Pais do Futebol, onde não apenas os meninos mas também as meninas nascem sonhando com um tapete verde, as Instituições do ramo precisam olhar por todos os participantes do sistema esportivo, distribuindo melhor essa arrecadação concentrada em poucas mãos famintas.
Que o Árbitro Erick Guimarães deixe de ser apenas um Juiz de Futebol que adoeceu diante dos olhares dos observadores da Federação, ocupados apenas em substituí-lo.
Como vivenciamos o falecimento das Instituições, o que esperar desse estado de coisas?