segunda-feira, 13 de maio de 2019
A SINHAZINHA E O ESCRAVO
Num país eternamente colonizado, cujas características próprias do seu povo nativo são completamente ignoradas, a tentativa pelo menos de escravizar a população natural fracassou nos primórdios da colonização. A solução foi importar seres considerados animais domináveis, apenas pela diferença de sua cor e que deveriam ser caçados com os métodos mais cruéis que existem entre a caça e o caçador.
Os colonizadores, senhores de grandes propriedades agrícolas exploravam esses considerados animais inferiores como mão de obra, em troca de nada, sem o "toma lá, dá cá", apenas oferecendo-lhes um espaço para dormir comparado a um estábulo, embora seus cavalos recebessem tratamento vip.
Numa dessas colônias havia uma bela Sinhazinha que, pelo ímpeto de sua juventude, única filha do grande Senhor colonizador, mandava e desmandava naquele espaço colonial familiar. Obviamente, a jovem de seus vinte e poucos anos vivia muito distante de sua civilização e sem pretendentes educados para uma realização matrimonial. Era difícil um relacionamento com os homens da fazenda...
Os animais inferiores escravizados, de cor negra, só obedeciam aos animais superiores que julgavam-se acima de todos e de tudo. E a Sinhazinha dava as ordens no comando das mulheres submetidas a escravidão, no espaço doméstico da propriedade. Servir sob o regime da mordaça aos senhores colonizadores era a condição para que os dominados permanecessem vivos.
Quando a Sinhazinha mandava, todos temiam, porque seu pai dobrava o castigo para o escravo ou escrava que a desobedecesse. Como ela não era flora que se cheirasse, qualquer chamado os escravos largavam o que estavam fazendo e corriam ao seu encontro. Mas, a Sinhazinha passou de repente a observar um jovem escravo, de um metro e oitenta, de uma negritude forte, de porte atlético, de rosto bonito que chamou sua atenção.
A Sinhazinha, apesar de não ser sua área de atuação o relacionamento administrativo com os homens, insistiu junto ao pai que queria o jovem negro atraente como seu cocheiro, o piloto número um de sua charrete. O pai que nada lhe negava, prontamente atendeu a vontade da filha. (Isso está lembrando a história de "Peri e Ceci").
A Sinhazinha deu início a uma nova fase de sua vida na fazenda colonial, partindo para uma série de passeios pelos arredores, com seu novo cocheiro. Sempre mantendo o comando das ordens do que queria, ao mesmo tempo que procurava manter distância jovem negro que a atraia. Até que seu pai decidiu enviá-la para a metrópole, suspeitando dos frequentes passeios da filha, com o seu cocheiro preferido.
A Sinhazinha sempre negava que não sentia nada por ele. Via somente a capacidade de montar e dominar os cavalos, o que chamou sua atenção. Foi aí que pensei em tirá-lo da lavoura e dos serviços pesados. E que fez por fazer, sem sentir nada por ele.
O pai ouviu a filha mas a enviou para a metrópole das colônias, no lado europeu.
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Ao partir a Sinhazinha, Dona Sinhá assumiu a proteção daquele escravo tão especial exigindo a exclusividade dos trabalhos do cocheira que, além de saber lidar com os cavalos, era muito atencioso com as éguas.
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