sábado, 18 de maio de 2019
CIDADÃO DE FRONTEIRA
Os residentes em divisas de municípios sofrem com um dilema político, que se resume na falta de interesse com o eleitorado após as sucessivas eleições. Uma estrada ou avenida que divide um bairro ou distrito parece casa de ninguém administrativamente aos olhos do poder público, que transforma cidadãos em jogo de interesses eleitoreiros.
A título de exemplo comum, uma rua que divide dois municípios apresenta moradores de um lado sob a jurisdição administrativa de um município e do outro lado residentes de outro. O problema começa aí, quando o cidadão pagador de impostos reivindica atendimento para questões de serviços públicos, como os mais simples, de saneamento básico, sinalização de trânsito, tapa buracos, entre outros, e verifica que o seu vizinho em frente disponibiliza de melhorias que o seu lado não tem. A resposta é simples:- o meu município tem recursos para atender ao reclames da população e o seu não tem. Ou seja, a rua ou avenida é desenvolvida pela metade. O cidadão sai da lama de um lado e desfruta da melhoria do outro lado, por alguns instantes que atravessa a via pública.
A questão torna-se mais folclórica ainda quando se trata de uma rodovia estadual, entre dois municípios. Os primeiros viajantes ficam surpresos quando ultrapassam o limite entre eles e percebem a diferença do estado de conservação da estrada. E perguntam o que justifica uma mesma estrada apresentar bom estado de uso em um trecho e péssimas condições de tráfego no outro, pertencente ao município fronteiriço. Partidos oponentes seria a primeira resposta, ou talvez, o poder público estadual não vai com a cara do líder do poder público municipal e vice-versa. Coisinhas desse tipo que, infelizmente, deixa a deriva uma população inteira navegando num mar de descasos depois de cumprir com seu dever cívico de eleitor.
Dever cívico, o que é isso ???
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